O cotidiano me inspira...não necessariamente o meu cotidiano, todos os cotidianos e os cotidianos de todos...não tinha percebido até pouco tempo quando, comentando com uma amiga sobre um texto, percebi que boa parte do que havia escrito retratava a história dela e de outras pessoas....na realidade o que fiz foi dar voz (ou texto) às histórias que se somam a minha, até porque se assim não fosse, talvez não hovesse inspiração.
Óbvio? Não tenho certeza, há textos que parecem nascer do nada, criados para inspirar a vida. São eles que nos motivam a concretizar, a viver o que até então não passava de sonho ou imaginação. Caminhos de muitas mãos, o autor percorre o que é familiar e gera no leitor a possibilidade de se reconhecer ou de trilhar o inusitado.
Inspirar ou dar voz passa a ser secundário, o importante é o reconhecimento e a identificação...tem que ter sentindo e significar, assim, o texto cumpre seu papel, cria elos, retrata ‘verdades’ e desejos individuais ou coletivos.
Por fim, acho que Adélia Prado está certa, quando num poema diz: ‘As palavras só contam o que se sabe.’
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