terça-feira, 26 de maio de 2009

A adversidade da diversidade!

Um dia li ‘quanto cabe no seu todos?’ e pensei ser uma resposta óbvia....aí me dei conta: diversidade deriva de diverso e diverso abrange tantas coisas (vários, muitos, distintos, diferentes) que corre o risco de não dizer nada. Os muitos se diluem, desaparecem, evanescem!

Afinal, na diversidade estão também as contradições, os paradoxos, sinônimos e antônimos, as
in-com-pa-ti-bi-li-da-des. Aí vem: quanto estamos preparados para as incompatibilidades? Onde estão as conexões que podem reunir as diferenças? É suficiente tolerar? Neste caso, tolerância parece questionável, uma simulação do ato de aceitar (aceitar é respeitar?).

Que perigo! Enquanto estivermos ‘ligados’ podemos controlar ações e pensamentos, mas se nos distraímos e o piloto automático toma conta, abrimos espaço pro ‘ato falho’, o ‘estranho’ se concretiza e como tal não reconhecemos qualquer possibilidade de aproximação, de acolhimento ou, no mínimo, de aceitação do diferente.

A diversidade, mais do que um jogo de palavras, traz em si a adversidade da própria aceitação de tantos muitos (que redundância!), do assombramento daquilo que desconhecemos, do subliminar perigo existente no diferente.

Talvez isto tudo possa auxiliar no entendimento de tanto medo, violência, irresponsabilidade, individualismo e distanciamento humano e social. Não reconhecemos mais quem esta a nossa volta, há muitos ‘diversos’, muitas possibilidades incontroláveis e de 'risco' trazidas pelo desconhecido.

Voltando ao início, em época de tantas mudanças e transformações, de tantas contradições, tribos e possibilidades de existir, pergunto: Onde está a chave para incluirmos ‘todos’ no ‘todo/tudo’? Ou talvez: O que é necessário desarmar para aceitarmos diferentes existências?

Uma dúvida....

De tantas dúvidas que eu tenho, uma delas é de quantos graus se faz um horizonte?
Isto não é loucura não!
Olha, do que tenho observado, a largueza do horizonte e do mundo variam muito. Tem pessoas que enxergam por um buraco de agulha, outras conseguem olhar por binóculo. AH! E tem aquelas que mais admiro, as que enxergam além do horizonte!
Nossos horizontes, além do geofísico, podem ser o do conhecimento, ou quem sabe, o de alma.
Seja qual for, o importante é permitir que se alargue, e quem sabe um dia, possamos realmente 'perdê-lo' de vista.
Inté!