sexta-feira, 5 de junho de 2009

o frio

Com o frio desta semana, lembrei novamente de uma história: algumas antigas tradições dizem que tivemos muitas encarnações, e na primeira fomos um animal... descobri o meu...devo ter sido urso, sim um urso, aquele que entra numa caverna quando o inverno inicia e sai na primavera.... pena não ser a batcarverna, hehehe

Campanha do Agasalho

A chegada do frio, do inverno marca a época das campanhas de agasalho. Isto é interessante, gera situações estranhas e às vezes insólitas.

Num primeiro momento, o 'HumanoSer' lembra que não está só e existe um ‘outro’, seu vizinho de planeta. Mesmo sendo esta ‘lembrança’ provocada por campanhas que utilizam de imagens e situações apelativas (nem por isto menos verdadeiras), para despertar consciências.

Há aquelas pessoas que naturalmente são solidárias, o detalhe é que no corre-corre esquecem, os dias vão passando e não executam suas intenções. Neste caso, os muitos postos de coleta facilitam.

Para mim o mais estranho e um mistério são as pessoas que doam um biniquini, um pé de sapato, roupas destruídas... não consigo entender a lógica, se foi intencional, irrefletido ou o que havia nesse “Ser” que imaginou a utilidade de um maiô a 10ºC.
Contudo, críticas e interrogações à parte, o ‘outro’ passou a existir no tempo entre a separação do objeto e a sua doação. Isto, em algumas situações pode ser um avanço!

Até aqui tudo bem, falamos em atender uma necessidade fisiológica diante de fatores climáticos. Contudo, penso no quanto o mundo precisa de agasalho. Digo isto porque se o agasalho acolhe, aquece e salva o corpo, que tipo de agasalho nossos espíritos, almas ou mentes (não importa a denominação usada) necessitam para manter equilíbrio emocional, um relacionamento e uma interação social saudáveis?


O inverno provoca depressão e introspecção em algumas pessoas. Brinco sempre que uma sopa (pesa o lado italiano), um vinho, amigos e um cobertor de orelha também agasalham....um olhar de cumplicidade e uma risada aquecem....ou seja nos sentimos reconhecidos, nossa existência se concretiza, deixamos de ser ‘fantasmas’, transeuntes invisíveis do mundo.

Sem querer ser simplista, é só observar lideres disputando poder, brincando com energia atômica, parecem crianças disputando brinquedos ou quem é o ‘dono do campinho’. Expõe sua ‘casa’ ao risco de destruição com aparente tranquilidade. Chegando mais perto, ao nosso redor, quanta ‘birra’, ranzice, grossura, indiferença e tantos outros adjetivos capazes de manter os demais afastados.

Parece que faltou agasalho... talvez o 'frio' tenha atingido suas almas... Faltou tempo, tempo de família, de brincadeiras, de gargalhadas, de olhares cúmplices e uma ‘galera’ para fazer festa. E algo importante, faltou tempo de afeto! Será este o motivo de tanta violência também entre crianças e jovens, prenúncio destes 'HumanoSer' com instintos destruidores?

Seja como for, proponho uma ‘campanha do agasalho’ permanente. Além de roupas, que possamos realmente nos fazer presentes no mundo, deixar uma ‘pegada’ que faça a diferença, quem sabe podemos reconhecer os outros 'HumanoSer', parte desse espaço-tempo. Pode ser um recomeço.....